Será que meu filho tem TDAH?


Certos comportamentos agitados ou falta de atenção em crianças nos fazem pensar no TDAH. Mas, muitas vezes dúvidas também são frequentes: “Isso é mesmo TDAH ou apenas parte do crescimento?”, “Será que devo desconfiar desse comportamento ou é coisa passageira?”, “Existem tantas crianças que não gostam de livros ultimamente, por que isso é um problema?”, “Será que não fui fraco ao impor limites?”.

A maioria dos especialistas concorda que a tendência para desenvolver o TDAH está presente desde o nascimento, mesmo que os comportamentos do transtorno sejam notados apenas quando as crianças entram na escola. Estudos mostram que os pais começam a se preocupar com o déficit de atenção, a hiperatividade ou a impulsividade entre os 3 e 4 anos de idade (Campbell e Ewing, 1990; Grillo e Silva, 2004), porém é difícil estabelecer o diagnóstico em crianças pequenas, pois fronteiras entre os padrões normais e anormais de comportamento nessa faixa etária são muito próximas e podem ser influenciadas por fatores ambientais (Grillo e Silva, 2004). Por isso, o diagnóstico é geralmente feito na faixa etária escolar (por volta dos 7 anos de idade), pois nesta época os sintomas impedem que a criança se mantenha em condições favoráveis ao aprendizado, gerando problemas secundários antes não perceptíveis ou pouco valorizados (Pereira, Araújo e Mattos, 2005). Além disso, as dificuldades são percebidas também pelos professores por meio da comparação com outras crianças da mesma idade e ambiente (Poeta e Rosa Neto, 2004).

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SINAIS DE ALERTA: “Quando desconfiar que meu filho tem TDAH?” 

O TDAH é um transtorno complexo que pode afetar o sucesso de uma criança na escola e nas relações interpessoais. Os sintomas de TDAH variam e são, por vezes, difíceis de serem reconhecidos. Mas, aqui estão alguns sinais que podem sugerir a presença do TDAH e levá-lo a pensar que está na hora de procurar um médico.

1. Dia-a-dia – Você pode notar alguns sinais de alerta em atividades do cotidiano, por exemplo, se seu filho acha quase impossível se concentrar para ler um livro mesmo por um período curto de tempo, mesmo quando você o auxilia; ou você ainda se sente tão cansada no final do dia excessivamente ativo do seu filho de 8 anos, quanto quando ele tinha 2 anos.

2. “Eu, eu, eu” – Um sinal comum de TDAH é uma incapacidade de reconhecer as necessidades e desejos de outras pessoas. A criança com TDAH interrompe outras pessoas quando elas estão falando e pode ter problemas em esperar a sua vez em atividades de sala de aula ou em jogos com outras crianças.

3. Turbilhão emocional – A criança com TDAH pode ter dificuldade em manter as emoções (boas ou más) controladas. Ela pode ter explosões de raiva ou birras (em crianças mais novas) em momentos inoportunos.

4. Agitação motora – A criança com TDAH, muitas vezes, não consegue ficar parada. Ela pode se levantar e correr em locais inapropriados, ficar inquieta, mexe as mãos e pernas ou se contorcer em uma cadeira quando forçada a permanecer sentada.

5. Tarefas inacabadas – Uma criança com TDAH pode mostrar interesse em muitas coisas diferentes, mas pode ter problemas em terminá-las ou acompanhá-las até o fim. Por exemplo, eles podem começar lições de casa, mas deixá-la de lado pela metade e passar para a próxima coisa que chama o seu interesse.

6. Falta de Foco – A criança com TDAH pode ter problemas em prestar atenção, mesmo quando falamos diretamente para ela. Ela vai dizer que ouviu, mas não será capaz de repetir o que você acabou de dizer.

7. Erros por descuido – É importante lembrar que as crianças com TDAH não são preguiçosas ou menos inteligentes do que as outras. Elas só têm dificuldade em seguir instruções que exigem planejamento ou execução de um plano. Isso pode levar a erros por descuido.

8. Sonhador – As crianças com TDAH são retratadas tipicamente como indisciplinadas, mas nem sempre é esse o caso. Outro sinal possível de TDAH é ser mais tranquila e se envolver menos com outras crianças. Uma criança com TDAH pode olhar para o espaço, sonhar acordada e ignorar o que está acontecendo ao seu redor.

É importante lembrar que todas as crianças vão apresentar alguns desses comportamentos em algum momento da vida. Afinal, crianças são crianças. Mas, se o seu filho apresenta regularmente esses sinais e, se esses comportamentos estão afetando a vida escolar e levando a interações negativas com outras crianças – você deve começar a pensar no próximo passo. Consultar a escola e outros ambientes que a criança possa frequentar é fundamental para verificar a persistência desses comportamentos em mais de um ambiente.

A boa notícia é que o TDAH é uma condição muito tratável. Passe algum tempo analisando todas as opções de tratamento e, em seguida, marque uma consulta com um médico especializado para determinar a melhor estratégia para o seu filho. Ao escolher um profissional para ajudá-lo é importante procurar alguém com formação específica e experiência para o diagnóstico e tratamento do TDAH e dos transtornos psiquiátricos na infância, isso faz toda a diferença!

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